sexta-feira, 16 de maio de 2014

Edguy: Tobias Sammet em entrevista sobre "Space Police" e Avantasia




Por Vinicius Mojo

Tobias Sammet (EDGUY, AVANTASIA) concedeu entrevista ao site australiano 100% Rock Magazine durante a divulgação do novo álbum do Edguy, "Space Police: Defenders of the Crown", lançado em abril pela Nuclear Blast. Irreverente, o vocalista conversou sobre o "Space Police", a sua influência de hard rock e enalteceu a amizade com os caras da banda. Além disso, confirmou a segunda parte de "The Mystery Of Time" do Avantasia. Confira:

Sobre a diversidade de estilos em "Space Police":

É muito diversificado. Eu realmente gosto do álbum. É muito curioso, porque um monte de gente pergunta quando dou entrevistas: "Qual música representa o álbum?" ou "Se um alien visitasse a Terra que música você tocaria para fazê-lo entender o conceito do Edguy?".

Evidentemente, acho improvável que um estrangeiro visitasse a Terra somente para ouvir Edguy. Mas não há uma música que carrega o conceito do Edguy, o que é uma coisa boa. Cada canção é típica do Edguy, mas não existe uma que represente inteiramente o álbum, uma vez que ele é muito variado.

Sobre o direcionamento musical da banda: power metal ou hard rock?

Nós realmente não nos perguntamos isso. Eu não sou burro, e sei que há um monte de gente lá fora discutindo isso. Converso com os fãs, a gravadora e o pessoal da indústria musical, que perguntam: "É power metal? É hard rock?". É engraçado, as pessoas não sabem como nos vender. O que nós somos? Qual é o rótulo para alcançarmos o "público-alvo"? Não funciona assim para o Edguy.

Fazemos a música que parece natural para nós. Nós sempre tocamos este tipo de música. Para mim - que cresci ouvindo música - nunca foi importante saber se estávamos fazendo power metal ou hard rock. Não existia a expressão power metal - que só surgiu mais tarde.

Acho que banda é excelente quanto tem boas guitarras e faz boa música. Seja AC/DC, Dio, Iron Maiden, Helloween ou Metallica... bem, nem tanto - Eu não gosto tanto assim do Metallica, mas você sabe, ouvia qualquer coisa de Slayer até Bon Jovi.

É por isso que eu nunca tive essa dúvida [se é power metal ou hard rock]. É um álbum muito colorido. É muito poderoso. É muita guitarra e baterias rápidas, mas sei como chamá-lo. Ele é apenas um álbum Edguy e é um dos grandes, eu acho.

Sobre a temática das letras de "Space Police":

Antigamente heavy metal era música para foras da lei. As pessoas que faziam o que queriam. Quebravam as regras da indústria e não se importavam com o certo e errado na música. Chocavam e faziam exatamente o que sentiam que precisava ser feito. Era uma música muito honesta e sincera. Isso se tornou mais comercial. Atualmente existem pessoas que acham que mandam nas bandas, dizendo como os seus “foras da lei prediletos” têm que se comportar. Não há nenhum livro de regras para ser um fora da lei!

As letras de “Space Police” são exatamente sobre isso. Você pode ser um fora da lei no espaço, mas a polícia espacial te obrigará a fazer as coisas certas. É muito bonita a temática de “Space Police”. Eu não acho que as pessoas têm problema com o que fazemos especialmente os fãs... Isso é heavy metal, e o resto do mundo pode beijar nossas bundas!

"Do Me Like A Caveman" é uma música muito triste. Eu pensei que seria ótima para construir essa atmosfera melancólica e, em seguida, arruiná-la por esta frase no refrão.

Normalmente, você tem um sentimento sobre uma música, e se fizer algo como "Love Tiger" que é um hino glam-rock animado, assim como "Lavatory Love Machine" [do álbum Hellfire Club de 2004], há acordes maiores meio Van Halen. É aquele sentimento de "vamos sair e se divertir um pouco".

"The Eternal Wayfarer" é uma música muito sofisticada, que tem essa atmosfera clássica do rock setentista, meio Led Zeppelin e, em seguida, apresenta alguns elementos de art-rock. Tem um monte de Dio e, talvez, Maiden. É um épico de nove minutos, que não dá para necessariamente ser "Love Tiger". O sentimento é de que se trata de coisa muito sensacional.

Sobre a amizade dos integrantes da banda:

Se o dinheiro continuar vindo você tem que superar o ódio. Você tem que esconder o ódio em público! [risos]. Não, sério. Primeiramente, eu sempre digo que falta opção – não nos ensinaram a fazer mais nada além de tocar música e por isso ninguém quer abandonar o barco. Ninguém quer sair, porque é muito raro encontrar novamente um trabalho como este. A verdade é que temos respeito um pelo outro e estamos juntos há muito tempo.

A maioria de nós, especialmente os três membros originais, Jens, Dirk, e eu, não tínhamos outra banda antes dessa e, até mesmo, Felix não tinha uma banda que excursionava. Acho que Eggy tinha uma banda anterior que fazia alguns shows fora de sua cidade. Tudo o que temos experimentado nós vivemos juntos. E isso nos une.

Nós voamos de avião juntos pela primeira vez quando fomos para... Eu esqueci, mas foi o primeiro show que tivemos que voar. Acho que foi em 1998. Viajamos milhões de milhas juntos desde então. Tocamos seiscentos shows juntos. Gostamos do que fazemos. Nós temos respeito um pelo outro, e funciona, temos sucesso. Nós realmente nos damos muito bem.

Sobre a sequência do último álbum do Avantasia, "The Mystery Of Time" (2013):

"The Mystery Of Time" terá uma segunda parte. Haverá uma sequência. Tem que ter: há um gancho. Vou terminar essa história e estou ansioso, porque é uma ótima maneira de deixar fluir minha criatividade sem nenhuma pressão. Sem pressão de tempo e sem ninguém para agradar. É só eu, eu mesmo, a minha música e meus sonhos, e meu trenzinho de brinquedo chamado Avantasia. Isso é ótimo e eu vou terminar, mas não tenho a menor ideia quando terei tempo para fazê-lo.


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